quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

o seu olhar melhora o meu

Joaninha, minha flor!

Essa é pra você. Hoje as pessoinhas estão todas em alvoroço. Eu não! Prefiro ficar quietinha, e em silêncio deixar entrar o novo ano, que será radical. Radical no sentido de que mudará muita coisa. Já lhe falei sobre isso.
Mas o que quero mesmo falar aqui, é o quanto este ano que acaba, me foi abençoado, em ter-me presenteado com sua aparição. Você é tudo o que eu esperava em minha vida. Minha amiga, minha irmã, minha mãezinha! Você é daquelas flores que demoram a desabrochar, mas quando o fazem, jamais murcham, e eu quero estar sempre perto, observando sua beleza. Seu perfume, minha querida, é uma redenção nesse tempo de caos. Obrigada por ser tão minha amiga, e por fazer de mim uma pessoa melhor. Há poucos olhares que são capazes de melhorar os nossos, e como na canção que ouvi outro dia: o seu olhar melhora o meu. Muito obrigada por isso, e por ser assim, tão você!

Nos veremos muito mais neste novo tempo que inicia sua vida, sim? E eu espero ser à altura de sua alma, para que juntas possamos encontrar milhões de caminhos!

Com amor e ternura, da sua,
Tartaruga!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

a vida não cabe numa sacola

Amorzinho meu,

Véspera de Natal não é mesmo? Não estamos perto, mas estamos, sabemos que sim. Você bem sabe que eu não levo o Natal tão a sério. E o fato é que eu gostaria que o discurso do Natal virasse rotina e ação, mas não vira. E o povo todo comprando muito também, achando que a vida cabe numa sacola. Me irrita, mas já me domestiquei, fui civilizada, e aprendi a curtir os bons momentos do Natal. Algumas verdades ainda existem.
Outra coisa que eu queria lhe dizer, é que estar longe de casa me causa impacto. Principalmente nesse lar retorno. Eu gosto da minha casa Timóteo. Eu quero ganhar o mundo, mas sempre voltar pra minha casa. Eu sei que não existem lugares e sim pessoas [CL], mas o lugar pra mim sempre virou meio que gente, quando eu me apaixono por ele. E eu sou apaixonada pelo meu lugar.

Que vocês possam semear mais e mais amor.

ps: à propósito, meu coração vai tão bem amigo!

Beijos da Tartaruga!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

deliberadamente confusa

Meu querido,

Me explique por qual motivo, em alguns setores da vida, eu tomo decisões sem pestanejar, e noutros eu fico sempre em dúvida? Porque o coração sempre parece que vaga, entre um não saber e um não ter certeza? Porque digo não ou sim facilmente para um proposta de trabalho, e reluto em dizer sim ou não para alguém na minha vida? Será o medo de abrir mão de tantas opções que existem no mundo, sem saber ao certo, qual a que melhor se encaixa?
Estou deliberadamente confusa! Você me perdoa?

Beijos, sua Tartaruga!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

desmedida

Meu querido,

Esse ano que se finda de maneira abrupta, e nos encaminha para uma correria desenfreada. Tento lutar contra sua fúria, andando a passos lentos, mas se torna impossível. Privo-me de estar mais perto de vocês, e de mandar-lhes mais vezes minhas palavras. Sim, fui também engolida pela correria.
Sinto-me feliz, por saber que em algum lugar do mundo, ainda existem duas pessoas que andam devagar, que amam devagar, que pensam devagar, que trabalham devagar. Duas pessoas que existem, na essência do termo, e que praticam o silêncio e o verbo, sem desproporção alguma.
A mim resta a desmedida total. Falo muito quando preciso e depois me calo por uma eternidade.

Beijos

Tartaruga [quem disse que é lenta? - antes fosse].

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

conversa com o mundo

Meus queridos,

Longa ausência minha. Não tenho desculpas, apenas o fato de que andei calada de voz! Com muito a ser dito, mas um breve silêncio sobre o mundo, desses que a gente tem receio de interromper. Mas meu amor por vocês jamais silenciou. Continuou sempre perto dos meus pensamentos e de meus desejos. Apenas precisei falar com o mundo, e não há outro jeito, se não me calando!

Beijos saudosos sempre, da tartaruguinha!
[serei a tartaruga de ambos sim?!]

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ausências

Meus queridos,

Desculpem-me a ausência de alguns dias em nossa comunicação, mas eu precisava calar a voz que ecoa dentro de mim, por pequenos segundos. Gostei tanto do que não ouvi, que acabei alongando os segundos em dias, e por fim, me tornei ausente de vocês, e de mim mesma. É como se tivesse tirado uma férias, sem sair do lugar. Não sei dizer como me encontro agora. Mas estou com saudades. Espero vê-los em breve.

Ps: me assustei muito, hoje quando coloquei o pé na rua, e ví um papai noel na vitrine. Já chega o fim do ano, e eu nem havia percebido!

Beijos da sua Tartaruga e Libélula!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

confusão desconfusa

Meu amiguinho,

Querido, estou tão ausente de confusão na cabeça, que me sinto completamente confusa. Tenho receio que desta vez você não me entenderá muito bem, mas eu não o culpo, nem eu estou entendendo nada!

Com amor, sua

Tartaruga!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

à Joaninha

Joaninha,

Amorzinho veja que escrevo diretamente a você. Tive mais uma invenção, veja:

"Nós vivemos, parece-me, em um estado permanente de chuva".

Nào é um doce essa frase? Diga ao Timotinho, que nada me agrada a piadinha dele sobre o tamanho do meu futuro livro. Eu posso reunir um milhão de frases como esta, e reescrever a Bíblia. Enfim... ele sabe o quanto me zango quando ele vira piadista! É a única forma de Timóteo que me chateia! Mas ainda assim o amo profundamente!

Da sua, Tartaruguinha?

ps: precisamos de uma forma de eu ser sua, diferente da que sou de Timóteo!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

pequeno ato de criação

Olha Timotinho,

Meu lindinho, fui acometida de inspiração e de amor. Veja só o que saiu de mim:

"Talvez, porque a única medida de futuro que a gente tenha, seja daqui a cinco minutos do agora".

É feio uma pessoa dizer que se sentiu tocada profundamente, por algo que ela mesma colocou no mundo? Não né, senão as mães não se apaixonariam por seus filhos. E pensando assim, tudo que a gente cria é digno de nosso afeto. Estou apaixonada pela minha criação meu querido.
Eu imagino que você e Joaninha devem estar pensando o quanto sou "dramatiquinha", e sou mesmo. Mas o que seria da vida, se eu não colocasse uma lente de aumento em tudo?

Beijos meus amores,

Sua Tartaruga escritora!!!!!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

mudanças e mudanças

Timotinho meu anjo,

Fico feliz em saber que Joaninha se recuperou! Não vejo a hora de vê-la [risos]...
Ocorrou-me, hoje pela manhã, enquanto eu acordava, de lhe perguntar algo: Você teme mudanças meu querido?
Digo de qualquer instância. De casa, de rua, de lugar na cama, de amor, de ideia, de trabalho, de sonho, de país, de amigo, de caderno, de jeito, de blusa...
Teme?

Beijos, da sempre sua, toda sua, mais que sua...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

vírus

Timotinho meu amor,

Já parou pra pensar na saudade?! Na maioria das vezes me é sinônimo de alegria, por ter o coração preenchido de bem querer, mas em momentos raros como o de hoje, pesa meu dia, faz com que me sinta pequena e frágil. Geralmente isso acontece quando me toma essa saudade nostálgica, das coisas que foram, e hoje não são mais. Quando só lembrar parece tão pouco. Quando a gente meio que precisa tirar o acontecimento da lembrança e revivê-lo igualzinho outrora. Diante dessa impossibilidade a saudade vira espinho. Espinho que machuca a flor. Que saudade invadida. A minha janela se abriu e parece que me ocorreu a ideia de sentir saudade, junto ao vento. Como se um tufão houvesse limpado meus pensamentos de todo o resto, e só restasse saudade dessas que viram poeira nos olhos!
De toda maneira, como vai você? Eu destesto ter a impressão de que só escrevo coisas sérias e profundas. Me amedronta ser assim, por isso gosto tanto das banalidades da vida. Garantimos assim nossa leveza!
Diga a Joaninha, que essa gripe é minha maior inimiga. Já não aguento mais não tê-la por perto toda semana. Peça que fique boa logo sim? E diga ao vírus que existe alguém capaz de exterminá-lo para sempre do universo, caso ele não deixe minha querida alminha boa em paz!
Não a consigo imaginar numa cama, doente e sem forças.

Beijos meu querido! Sempre com um imenso amor do tamanho que o seu coração possa suportar!
Sua...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

tempo

Meu querido,

Existem tempos na vida, e alguns nós deixamos passar. Numa fração de segundos, num pequeno soluço, uma grande vontade de esvai. Acordei assustada, porque já nao andava mais preenchida por tamanho sentimento que me vinha levando a lugares inusitados. Então pensei na fugacidade que me toma, e no quanto é melhor agir no fulgor de uma emoção, do que perder o tempo de uma delicadeza.
Talvez eu me preencha novamente, mas por hora, me enchi de medo!

Beijos, da sua...

domingo, 4 de outubro de 2009

a vontade

Timotinho,

Existe uma vontade que me invadiu a alma inteira! E agora? Deixo que ela passe, e desfruto da sensação que me presenteia, ou mergulho nela de cabeça, tentando torná-la "real"?

Doe-me um pouco de sua sensibilidade, e procure observar esta questão como se fosse um pedido do céu!
Com amor, sua Tartaruga!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

a nova flor

Timóteo meu querido,

Eu quis apressadamente respirar novos perfumes, e me dei conta do quão apressada fui! Você tinha razão, não era só porque meu jardim estava lindo, reflorescendo e distante das raízes de Raul, que eu deveria sair colocando novas flores, como se fosse isso o mais importante.
Eu deveria era curtir meu jardim lindo. Olhá-lo com todo o cuidado e ternura do mundo, como se ele, por si só, bastasse para uma eternidade!
Mas juro meu querido, que não foi necessidade, foi apenas um querer bem tão puro, que eu jurei, que desta vez, seria uma flor de perfume que invadiria a sala. Mas não viveu tanto tempo para isso. Agora meu amigo, eu juro, como jurei ontem para Joaninha, tão cedo não planto nenhuma flor nova, tão cedo não tento povoar meu jardim. Vou tratar de mantê-lo radiante, que é assim que ele brilha. E abrí-lo para vocês, meus lindos amigos, para que venham tomar um chá comigo, entre os perfumes destas flores silvestres que tanto cultivo!

Para terminar, devo confessar, que tamanha foi a minha surpresa, a chegar a conclusão, que Raul não me havia sido tão mal. Ele dizia verdades confusas, mas ainda sim eram verdades!
Timotinho, você não sabe o quanto eu estava querendo bem! Você não tem nem idéia!
Mas agora o vento levou embora, e as minhas asas me levaram ao céu!

Beijos!
Tartaruga sua!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

o bicho da goiaba

Timotinho,

Estou apavorada!!!!!! Acabei de engolir um bicho da goiaba. Estou muito aflita meu querido, só Deus sabe o que ele é capaz de fazer dentro de mim.

E se cava buracos na minha alma? E se resolve se apossar do meu peito? E se por fim, encontra um aconchego em meus pensamentos, e ali constrói uma casa eterna?

Joaninha disse-me ainda agora que sou boba!

Pronto, o bicho da goiaba já está tomando conta de mim!

Bjos da sua Tartaruga!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

lugares

Timotinho,

É dureza essa vida de quem pertence a mais de um lugar. Quando se está num, sente-se a falta do outro. Quando se está a acostumar a ficar num, é já hora de partir pra outro! Fora os pedaços da gente que ficam nos olhares de quem amamos. Mas devo lhe dizer, que é assim mesmo que sempre desejei a minha vida. Repleta de despedidas, idas, vindas, saudades e amores...

Desejo vê-los em breve.

Sua Tartaruga!

ps: e Joaninha? Não tenho recebido notícias dela em suas palavras. Está tudo bem?

domingo, 6 de setembro de 2009

Raul

Timotinho,

Encontrei Raul ontem. Não propriamente Raul, mas os lugares que frequentávamos juntos. Tive ataques de riso, e só então me dei conta, do quanto havia virado cômico esta história nossa - minha e de Raul. Você sempre teve razão, como pude me deixar levar por algo que nem estava em mim? Às vezes eu me irrito por não seguir minha intuição. Se houvesse seguido, não haveria nem me aproximado de Raul. Muito menos sentido seu sopro fraco ao pé do meu ouvido. Mas foi divertido.
Sabe, tenho um segredinho pra você. As borboletas Timotinho, elas estão aparecendo uma a uma, cada qual de cor diversa. E estão querendo ficar. Mas como aprendi a ser comedida, as estou admirando, e deixando-me abrir a porta aos milésimos de segundos.

Sigo feliz.
Em breve estou de volta.
Com saudades..
Beijos nos dois amores...

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

conta gotas

Timotinho,

Aqui tudo corre lindamente, apesar das saudades...
Ontem conhecí uma linda moça, que dava seu amor a conta gotas. Sabe, não pense você que se tratava de mesquinharia da parte dela, não! Ela pretendia, apenas, não afogá-lo - o seu amado. Achei isso tão lindo, e tão praticável. Talvez eu o faça a partir de agora. Tratar cada amor como um pequeno cacto e não afogá-lo com meu transbordamento.

Viu só, estou fazendo amigos. Por mim, passaria horas observando esta linda jovem, e seu amor que cai pingando sem sofrer!

beijos em vocês!!!!

claro da sua sempre Tartaruguinha!

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

regue a plantinha

Timotinho,

Rever você foi minha maior festa. Tudo lindo, preparado com imenso cuidado, não esperava diferente de Joaninha! E você recebendo a todos com uma alma leve e aberta. Um doce de ver. Minha barriga parecia dar uma festa estando ao lado de vocês. Deveríamos fazer isso mais vezes.
Sabe Timotinho, eu estou realmente feliz. Vou sentir saudades, mas logo nos vemos novamente. Sabe que será bom esta viagem a trabalho...sim, nos intervalos, eu pretendo ouvir um pouco minha própria voz, e ver o que ela anda querendo me dizer. Fora isso, eu preciso mesmo sentir saudades!

Fique bem. Cuide de Joaninha.
Logo volto.
Regue aquela plantinha por mim, sim?! Eu intuo que ela ainda pode crescer muito!

Bjos!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

primavera

Timotinho,

Pensei hoje que a primavera se aproxima. Ela nos faz tão bem não é?! Olha, disse para Joaninha que adorei sua idéia da festinha. Reunir velhos amigos faz bem, e voltar a me reunir a você mais ainda. Mesmo que você não vá ser só meu neste dia, aliás, nunca somos além de só nossos.
Voltando à primavera, pensei que as flores voltarão. São poucas as que sobrevivem coloridas ao inverno e ao outuno, mas muitas retornam na primavera, mesmo tendo sido amputadas. Acho isso de uma delicadeza. Essa coisa toda de voltar. Perseverança. Linda primavera.
Vou plantar uma roseira amarela no quintal. Pra comemorar meu reflorescimento. Agora que Raul não me ecoa mais ao coração, posso pensar em abrir o meu quintal para novas flores, e quem sabe um dia a minha janela para um novo amor.

Mas isso é coisa pro futuro né Timotinho.

Com amor, sua tartuguete [rsrsrsrs]...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

feio

Timotinho, encontrei Raul outro dia!

Ele está feio, meu querido. Feio e ausente de sí mesmo.

Imagine, Raul feio? Cheguei então à conclusão que pessoas bonitas quando ficam feias, são piores que as feias de natureza. Raul está humanamente feio. Daquela feiúra que vem da alma, e toma o rosto e o corpo sem gentilezas!

E você, imagino que esteja cada vez mais lindo. Joaninha está, eu posso confirmar isso toda semana.
Quando você vem com ela, hein Timotinho?!

Da sua Tartaruginha ninja!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

alma céu de ano novo

Timóteo,

Minha alma anda como um céu cheio de fogos de artifícios. Brilha, explode, e sorrí!
Adorei seu telefonema semana passada, vejo que já consegue falar comigo novamente. Ufa! Não, Timóteo, eu não tenho nenhum motivo especial para estar como um céu em ano novo. Joaninha me disse que você ficou curioso para saber o motivo, mas ele não tem nada de glamuroso: estou viva! Além disso você está cada vez mais próximo, e ainda consigo ver algo bom nesse nosso distanciamento: Joaninha tornou-se minha grande amiga!!!!
Precisa ver o tanto de alma que compartilhamos ontem!

Timotinho?! Cuide-se viu? E abrace Joaninha sempre, não esqueça de amá-la e fazer que ela perceba!
Beijos da Tartaruguete!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

o amor

Timotinho,

Enquanto você se recupera da aversão a mim - doença muito impertinete - Joaninha me faz companhia. Tão delicada sua Joaninha. Um doce de viver. Ontem mesmo esteve aqui em casa e tomamos chá a tarde toda. Em seguida começamos a folhear revistas e livros antigos, cheirando a mofo, tudo aquilo que meu nariz alérgico venera.
Enquanto Joaninha lava a louça - por questão dela - eu escolho as palavras que mando para você. Difícil tarefa essa, você escreve tão imensamente melhor que eu.
Olha não preocupe-se comigo em relação a Raul, já cheguei a conclusão de que a alma dele pesa mais que a pena, e a minha tende a querer ser mais como a pluma. Mais ou menos essa questão de passarinho, e vôos. Eu e Raul tendemos para pesos e direções opostas. Ele na terra, eu no céu!!!
Portanto, meu caro, creio que minha estabilidade emocional estará mais garantida, e você pode se aproximar de mim com vontade, porque de fato, eu vou lhe tratar com amor, pura e somente.
Sabe Timóteo, pensei nessa coisa de amor. E no fim, cheguei à conclusão - mais uma do dia - que entre pessoas, seres humanos, só o amor deve prevalecer, sem mais nem menos. É inteiramente banhada em amor, que eu lhe busco em sonhos, na tentativa de lhe dar o melhor de mim.

Beijos meus.
Tartaruga!

sexta-feira, 31 de julho de 2009

esperança

Querida Joaninha,

Então, recebí o lindo bilhete de Timóteo. Duas linhas de pura esperança para uma alma rasa como a minha. Eu mesma talvez não me perdoasse por tanta falta de alma. Mas Timotinho está acima de nós!
Obrigada por interceder, e sobretudo por esse carinho despretencioso que tem por mim. Gostaria de compartilhar mais minutos ao seu lado, e trocar palavras contigo. Gostaria também de já pedir desculpas pelas lascas de lágrimas que possivelmente eu irei lhe arrancar. Eu já aprendi, querida, que é impossível estar ao meu lado e sair ileso. Espero que você queira mesmo assim.
Cuide do Timóteo sim? Ouvi dizer que anda rondando uma gripe por aí. E cuide-se você também. Se puder, antes da feira, passe aqui em casa, assim tomamos algo, algo bem leve e vagaroso, e deixamos que o tempo trate de nos fazer mais uma da outra.
Você é um docinho minha lindinha. E você é o amor do Timotinho. Você é o maior silêncio que ele já ecoou no mundo. Só por isso eu já lhe amo!
Depois quero falar sobre amor também. Encontrei Raul. Não estou bem.

Beijos, da sua...

quinta-feira, 30 de julho de 2009

não fale mais nada

Meu docinho,

Encontrei Joaninha na feira ontem. Ela hesitou em me olhar nos olhos. Acredito que devia estar bem magoada por nossa ausência um do outro. Mas numa luta contra sí mesma, veio até mim, e disse-me que nunca o viu tão falante. Em qualquer outra pessoa, meu pequeno, isso seria motivo de alegria, mas se tratando de você, preocupa-me muito.
Quando você interrompe seus sábios silêncios, é porque está sem coragem de ouvir a sí mesmo, e isso é grave. Eu mesma falo pelos cotovelos, na tentativa de calar a minha boca essencial. Mas eu sou toda errada Timotinho.
Temo pensar que fui eu quem lhe causou esse terrível dano. Entendo que ainda não tenhas vindo me ver, ou mandado alguma palavra sua em minha direção. Mesmo os mais nobres, sentem dificuldades em relação a mim. Mas por favor, meu pequeno, por você, vamos resolver essa coisa toda de palavras e silêncios. É insuportável saber que sofres! E por minha causa ainda...
Não brigue com Joaninha por isso, ela está muito preocupada com você. Se quiseres venha aqui em casa, e despeje sobre mim todas essas palavras incontroladas que andam jorrando de sua boca. Depois vá para casa, compartilhar o seu sábio silêncio com sua doce Joaninha. Eu não me importo de ficar com o peso de tudo o que você disser. Mas por favor, volte a ser você, mesmo que nunca mais esteja ao meu lado!
Para mim é muito importante que o mundo continue desfrutando de você meu bobinho!

Te amo em silêncio.
Sua, Tartaruga dentro do casco.

domingo, 26 de julho de 2009

ausência

Meu pequeno Timóteo,

Perdoe-me mais uma vez. A ausência das minhas palavras para você decorrem do fato de nosso pequeno estranhamento, alguns dias atrás. Saí decidida a não mais ser sua amiga. Parece-me que minha alma estava cansada de você. Perdoe-me se puder. Não é fácil não poder falar qualquer coisa, mas eu não nascí com seu ouvido Timóteo. Qualquer coisa já é demais pra mim. Vinda de você então.
Confesso que não suportei o peso. É permitido sair correndo de uma amizade e tentar voltar correndo a ela novamente? Sim, porque passaram-se três quarteirões e eu fiquei com uma sensação de morte tomando meus olhos. Minha vida sem você, Timóteo, passa a ser uma ilha sem barcos. Temo por achar que para você eu seja apenas uma amiga que sai correndo quando escuta o que não lhe contenta. Um peso.
Timóteo se existir alguma coisa que eu possa fazer, me diga. Mas acredite, nesse tempo em que fiquei ausente de você, o silêncio foi a minha casa, e eu nem ousei falar comigo mesma!

Espero que tenha conseguido desenhar o tamanho de sua importância. Mas preocupa-me o fato de você não ligar para tamanhos e quantidades.

Se puder devolva-me sua voz.

Da sua ex futura quem sabe novamente
Tartaruga!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

vazio

Querido Timóteo,

Você foi viajar. Que vazio fica em meu peito sempre que isso acontece. Sei que estás feliz ao lado de tua Joaninha, desbravando o mundo, como sempre sonhou. Só por isso eu deveria estar batendo os pés de felicidade, mas como lhe disse, eu não sou tão boa Timóteo. Eu penso mais na falta que sinto de você, no vazio que fica em mim, do que no bem que te proporcionam essas suas saídas inesperadas. Por mim, você ficaria preso ao pé da árvore que mora no meu quintal, e não sairia nunca.
Amanhecí triste por esses meus pensamentos. Imaginei você ali preso ao pé da árvore, e eu, bem malvadinha, indo viajar com alguém ou sozinha mesmo, sem nem me preocupar com o seu vazio. Eu sou egoísta Timóteo. Como você consegue ser meu amigo?
Eu gostaria de estar pulando de alegria pela sua conquista, mas estou rezando para que aconteça algo e você volte o mais rápido possível.

Na verdade Timóteo, sempre que você sai acontece alguma coisa que me faz lhe querer aqui. Andei na rua e pousei meus olhos, muito distraidamente, nos olhos de Raul. Em seus olhos, total desconhecimento, apenas avistaram os dois lados da rua e atravessaram com segurança. E nós já havíamos nos amado um dia Timóteo, eu e Raul. Hoje ele finge ser um desconhecido. Doeu.

Fique o tempo que precisar meu amigo, e volte renovado.
No fundo é isso que eu lhe desejo.
Da sua, hoje meio amassadinha,

Tartaruga!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

PELA manhã

Querido Timóteo,

Hoje mesmo vou lá buscar uma das inúmeras respostas que terei na vida. Sinto-me ansiosa, mas de uma ansiedade sorridente, que formiga o estômago. As manhãs deveriam ser assim mais vezes. Assim me sinto viva Timóteo, você me entende? Não sei ao certo se você entende, porque você me parece tão vivo sempre. Eu é que carrego esse aspecto de que parei de respirar por alguns minutos, quase como se tivesse esquecido de viver.
Acontece-me às vezes. Pensei se não era o caso de ir ao médico, mas como eu explicaria a ele que paro de respirar inconscientemente, porém com muita vontade? Os médicos não entendem muito destas coisas escondidas da alma, nem mesmo os que tratam dela!
E Joaninha Timóteo? Vai bem? Feliz com a nova vida a dois? Timóteo, ainda não consigo me imaginar dividindo vida com alguém. Será que nascí defeituosa?
Se sim peço-lhe perdão, ninguém merece ter uma amiga assim, como eu, que para de respirar e não divide quase nada!

Seja feliz Timóteo, e não se pareça comigo.

Grandes abraços, de saudade sempre!
Sua,
Tartaruguinha!

terça-feira, 21 de julho de 2009

a casa no mar

Querido Timóteo,

Será que quando andamos depressa demais, perdemos nosso futuro na primeira esquina? Ontem mesmo comprei umas sementes de margaridas para plantar no vaso perto da janela do meu quarto. Você acredita que essa coisa toda de rapidez e futuro, me deu imensa vontade de ser uma margarida? Ontem encontrei Joaninha, e me disse que a casa de vocês tem vista para o mar. Muito me espantei, quando lembrei de sua fobia! Melhorou então? Faço votos de que sejam felizes, senão for assim, de que adianta seguir andando? Ontem mesmo, ao mesmo tempo que refletia aflita sobre o futuro e a velocidade, vi uma moça moradora das ruas, arrastando duas malas e mais um colchão. Pensei que a pobreza anda entrando no sistema não é?! Quando devo conhecer a sua casa? Me chame para um chá. Levarei biscoitinhos e pequenas coisas. Coisas lentas, de preferência, para que nesse nosso encontro o futuro não se perca, e nos tenhamos sempre.

Com mais amor que ontem.
Sua Tartaruga!