quinta-feira, 23 de julho de 2009

vazio

Querido Timóteo,

Você foi viajar. Que vazio fica em meu peito sempre que isso acontece. Sei que estás feliz ao lado de tua Joaninha, desbravando o mundo, como sempre sonhou. Só por isso eu deveria estar batendo os pés de felicidade, mas como lhe disse, eu não sou tão boa Timóteo. Eu penso mais na falta que sinto de você, no vazio que fica em mim, do que no bem que te proporcionam essas suas saídas inesperadas. Por mim, você ficaria preso ao pé da árvore que mora no meu quintal, e não sairia nunca.
Amanhecí triste por esses meus pensamentos. Imaginei você ali preso ao pé da árvore, e eu, bem malvadinha, indo viajar com alguém ou sozinha mesmo, sem nem me preocupar com o seu vazio. Eu sou egoísta Timóteo. Como você consegue ser meu amigo?
Eu gostaria de estar pulando de alegria pela sua conquista, mas estou rezando para que aconteça algo e você volte o mais rápido possível.

Na verdade Timóteo, sempre que você sai acontece alguma coisa que me faz lhe querer aqui. Andei na rua e pousei meus olhos, muito distraidamente, nos olhos de Raul. Em seus olhos, total desconhecimento, apenas avistaram os dois lados da rua e atravessaram com segurança. E nós já havíamos nos amado um dia Timóteo, eu e Raul. Hoje ele finge ser um desconhecido. Doeu.

Fique o tempo que precisar meu amigo, e volte renovado.
No fundo é isso que eu lhe desejo.
Da sua, hoje meio amassadinha,

Tartaruga!

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