terça-feira, 7 de maio de 2013

Volte para o amor

Joaninha,

Presente para você: "É que a leveza, a solução de muitos problemas e a felicidade vêm de dentro pra fora. Não adianta se debater pra resolver as coisas externamente, se por dentro a gente carrega uma bagunça cega. Internalizar e externalizar. A coisa toda vai se desvendando".
Minha queridinha, espero mesmo que sua bagunça se reorganize. Eu nunca acreditei que duraria tanto tempo essa separação. Você e Timotinho são de um mesmo espírito. Ele nunca se recuperará. E sei que você também não. 
Todos temos direito a um grito de liberdade. Entendo sua fome pelo mundo. Mas peço que leia com carinho meu textinho para você, e entenda que não posso mais ver meu amigo querido da forma que está. Ainda tenho esperanças na sua lucidez. Volte para nós. Arrume a nossa bagunça. Coloque as coisas no lugar. Venha receber o amor que guardamos no depósito e já faz pressão na porta. Ele é todo para você minha lindinha.

Da sua amiga de sempre, Tartaruguinha.

Beijos.

ps: como nasce o Sol por aí?

Errar

Querido,

Ando percebendo que a flexibilidade é um grande segredo para o bem viver. Não podemos ser tão rígidos, nem mesmo naquilo que consideramos correto. A rigidez muitas vezes elimina as possibilidades, acaba histórias antes do fim, fecha portas, dá dor nas costas e franze a testa. Buscar um caminho que você considera bacana dentro dos seus princípios é bom, mas faz-se necessário uma certa dose de flexibilidade. Errar e se abrir aos erros muitas vezes nos mostra caminhos novos.
É um exercício diário, difícil e desesperador, mas penso que valerá à pena. Veja eu mais uma vez apostando no futuro, já que o presente anda muito pesado para ser carregado.

Pensando em ti sempre com saudade.

Beijos da sua!

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Caber

Querido,

Às vezes nos tornamos um calçado que não cabe mais. Apertamos os calos de alguém. Provocamos bolhas. Fazemos doer as solas. Simplesmente deveríamos ter partido, e por algum motivo não fomos. Nem mesmo nos demos conta das mudanças. 
Quando resolvemos abrir os olhos, simplesmente... tarde demais.
Então ficamos largados pelos cantos, com semblante de coisa usada, cheia de memórias e para por aí. Somos apenas lembranças de um passado bom, mas já não cabemos no presente. O presente. 
Querido, não deve ser fácil pra você também. Joaninha nunca mais lhe deu notícias? Fico me perguntando qual o motivo. Ela deve ter um. Fico me perguntando se um dia encontraremos nosso lugar em alguém. 

Beijos da sua.

sábado, 9 de junho de 2012

mudanças

Querido,

Mudamos. Mudamos muito ao passar dos tempos. Algumas mudanças são forjadas por nós mesmos, para que possamos fugir de alguns abismos evidentes. Outras são verdadeiramente transformadoras e fazem ainda mais sentido conforme o tempo passa.
Essas mudanças que nos trazem ao caos, e em seguida ao esclarecimento mais profundo. Essas que chegam sorrateiras, pegam-nos desprevenidos, e mudam a gente dos pés a cabeça, sem que houvéssemos pedido, tentado, imaginado, nos preparado. Essas são as reais mudanças, capazes de destruir castelos e construir caminhos.
Sentada aqui no sol, em beira mar, sob o silêncio do latido do cachorro, eu lhe digo tudo isso. Aquele nosso último telefonema foi uma festa e ao mesmo tempo a minha morte. Nunca imaginei-me tão confusa quanto naquele dia. De nada mis eu tinha certeza, nem mesmo do meu próprio nome. Era tudo passível de discussão, de dúvida. Todos os lados pesavam e pendiam, e eu, sinceramente, parecia uma bobinha da corte.
Não que eu esteja diferente agora. Ainda existem profundas incertezas, mas elas não me atormentam mais. Acho que pelo menos meu nome e um pouco mais de mim eu lembrei, ou reformulei. Dei novo significado a minha vida. E estou começando, bem no início mesmo, a dar novos passos, tal como um bebê.
Tenho ouvido muito, falado menos, fazendo juz a quantidade de boca e ouvido que nos foi concedida. Tenho procurado não julgar, e me colocado num lugar onde só sei de mim e só posso pensar no que pra mim será melhor. De uma forma mais generosa que egoísta.
Essas mudanças que não são anunciadas meu querido. Essas nos destróem, para em seguida nos reconstruir. Encare sua nova fase assim também meu amor. Joaninha de asas pequeninas não podia esperar. Não foi por menos amor. Preencha sua saudade e faça valer sua vidinha. Não espere que um dia ela volte. Mas não a negue um retorno sincero. Apenas viva. Caminhe. Deixe que o caminho o transforme e não seja relutante. A vida às vezes, é mais sábia, e nos movimenta a passos largos.

Se essa não foi a melhor, foi certamente a mais longa carta que já lhe enviei!

Com amor!!!!

domingo, 11 de março de 2012

poesiando

A solidão profunda. O silêncio da palavra não dita. Queria-se ter ouvido. Um lindo pôr do sol e o desejo secreto de morrer naqueles mesmos braços. Num abraço último de para sempre. Na saudade maldita e insistente. Na tentativa vã do dito ser amado. Ter tido amado. Amado. Amou.

Resolvi brincar de poesia querido!

Da sua, Tartaruguinha!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

quanto tempo

Querido meu querido,

Sou refém do meu silêncio às vezes. Fico atada a mim, e a essa minha misteriosa solidão inerente. É duro e prazeroso estarmos sós, diante de nós mesmos e ninguém mais. Gosto de usar esse tempo até gastar todas as vozes que acoam em minha cabeça, até deixar reinar aquele silêncio genuíno de quem já conseguiu compactuar com sua própria presença. Por isso eu não escrevo nessas horas. Porque escrever já seria falar, ouvir, pensar. Uma agressão ao meu calar de bocas. 
Mas não pense que eu não tenho o que contar. Aliás, quanto menos eu falo, mais eu tenho pra contar. Porque o mundo meu caro amigo, anda avassalador. As pessoas criam e recriam histórias para dar sabor aos momentos, e eu quenão tenho pressa, apenas aprecio a velocidade dos acontecimentos, e nomelhor dos momentos, não faço nenhum comentário em voz baixa!

Com amor da sua e sempre sua
Tartaruguinha!

domingo, 11 de dezembro de 2011

girassol

Minha lindinha,

Um girassol bem amarelo. Um desses que segue a luz onde quer que ela vá. Um girassol que sorrí. É assim, Joaninha, que eu imagino o amor. E sei que Timotinho deve fazer um coro de riso em minha homenagem. Segundo ele, meu problema é imaginar demais. Vai ver que é mesmo. Mas eu prefiro não abrir mão disso. Disso não. Já abri mão de tantas coisas por pessoas que foram passageiras de mim. E hoje eu sei o preço que me custaram. Não vendo nada que é meu. Nada. Prefiro o coração vazio, a estar cheia de saudade de mim mesma. 
Sim, eu quero seguir em busca de ilusões gostosas. Dessas que fazem a vida valer à pena. Porque eu sei, Joaninha, que é possível torná-las reais. É possível encontrar o amor. É possível torná-lo um girassol que corre pela luz, ao invéz de uma raiz que se afunda cada vez mais no solo. E é isso que eu quero. Cor, vida, sorriso, sol...
É preciso seguir acreditando. Em nós mesmas querida. Em nós mesmas. Não devemos dar a ninguém o poder de fazer com que desacreditemos nos sonhos. Podem me chamar de iludida, inocente, bobinha... Antes isso do que algém que não sai do lugar, e não palpita o coração. Eu sou das loucuras, Joaninha. Eu sou de me jogar nas loucuras todas, e chorar muito depois. Eu sou do alvoroço, do grito, da turbulência. Eu quero o amor na sua intensidade, caso contrário não há porquê. Não há...
Eu continuo acreditando no girassol!!!!

beijos da sua!