quinta-feira, 30 de julho de 2009

não fale mais nada

Meu docinho,

Encontrei Joaninha na feira ontem. Ela hesitou em me olhar nos olhos. Acredito que devia estar bem magoada por nossa ausência um do outro. Mas numa luta contra sí mesma, veio até mim, e disse-me que nunca o viu tão falante. Em qualquer outra pessoa, meu pequeno, isso seria motivo de alegria, mas se tratando de você, preocupa-me muito.
Quando você interrompe seus sábios silêncios, é porque está sem coragem de ouvir a sí mesmo, e isso é grave. Eu mesma falo pelos cotovelos, na tentativa de calar a minha boca essencial. Mas eu sou toda errada Timotinho.
Temo pensar que fui eu quem lhe causou esse terrível dano. Entendo que ainda não tenhas vindo me ver, ou mandado alguma palavra sua em minha direção. Mesmo os mais nobres, sentem dificuldades em relação a mim. Mas por favor, meu pequeno, por você, vamos resolver essa coisa toda de palavras e silêncios. É insuportável saber que sofres! E por minha causa ainda...
Não brigue com Joaninha por isso, ela está muito preocupada com você. Se quiseres venha aqui em casa, e despeje sobre mim todas essas palavras incontroladas que andam jorrando de sua boca. Depois vá para casa, compartilhar o seu sábio silêncio com sua doce Joaninha. Eu não me importo de ficar com o peso de tudo o que você disser. Mas por favor, volte a ser você, mesmo que nunca mais esteja ao meu lado!
Para mim é muito importante que o mundo continue desfrutando de você meu bobinho!

Te amo em silêncio.
Sua, Tartaruga dentro do casco.

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