quinta-feira, 16 de setembro de 2010

sem teto

Joaninha,

Minha querida, ando tão atarantada, que veja você, nem assinei meu último bilhete para Timotinho. Imagino como ele deve ter tomado isso por uma falta imensa. Que absurdo mesmo. Nem me preocupei em destacar as letras maiúsculas. A verdade é que fui tomada por uma pressa irritante. E me consumí nela. Hoje querida, estou sem pressa alguma, e pude notar que não lhe endereço nada há algum tempo. Mais uma falha dessa minha alma imperfeita. É por isso que lhe escrevo, apenas para dizer que estou estranha, um tanto fora de mim. É como se tivesse perdido a minha noção de casa, o meu canto mais íntimo e querido nesta vida. Algum elo entre eu e meu lar se rompeu, fruto da falta de acolhimento que me foi encaminhada. Eu tenho duas soluções: ou continuo assim como estou, e veja que nem é uma forma de protesto, é apenas tristeza e desilusão legítima; ou entro no jogo, assumo a sem teto, e finjo que nada não passou de uma simples terça feira. O que me sugeres?

Beijos da sua atarantada Tartaruguinha!

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